VERNIZES
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1. Definição
Modos de aplicações de vernizes.
Fonte: CAPARROZ, 2012
Os vernizes utilizados em impressão offset variam conforme o tipo de aplicação quer será utilizada.
Os vernizes mais comuns encontrados para impressão offset são:
verniz base óleo;
verniz base água;
verniz UV.
3.1. Verniz à base de óleo
O verniz à base de óleo é feito com óleo de linhaça e resinas, que são componentes comuns à tinta offset. Suas características são muito similares das tintas (viscosidade, tack).
Esses vernizes podem ser utilizados normalmente para efeitos de brilho ou efeitos fosco. Ou apenas para aumentar um pouco a resistência do impresso contra atrito.
Em alguns casos são utilizados em conjunto com vernizes base água ou UV para criar efeitos diferenciados. Também podem ser utilizados com microcapsulas para propiciar cheiro no impresso (verniz aromático).
Pode ser aplicado em linha (inline) por meio do uso de uma das baterias da impressora offset (sistema de entintagem), ou offline (após a impressão), também na impressora offset utilizando-se o sistema de entintagem. Por ser aplicado por meio do sistema de entintagem, esse verniz também é conhecido como verniz tinteiro.
Seus inconvenientes são a baixa velocidade de secagem (similar às tintas de impressão) e a tendência ao amarelamento com o tempo. O verniz à base de óleo também não oferta grande destaque pelo brilho e nem propicia alta resistência ao atrito, porém apresenta preço relativamente baixo quando comparado aos demais.
Suas vantagens são, portanto o baixo custo e propriedades de repelir a água, o que direciona seu uso em embalagens que estarão sujeitas ao contato com umidade, como exemplo as de produtos congelados e rótulos de bebidas. Outra vantagem é o fato de poder ser aplicado on-line (em linha) e realizar reservas com utilização de chapa offset normal.
Verniz tinteiro a base de óleo.
Fonte: CAPARROZ, 2012
A mistura de água com compostos acrílicos (resinas acrílicas) juntamente com agentes antiespumantes, umectantes e ceras (dentre outros aditivos conforme aplicações específicas (como por exemplo agentes aromáticos, pigmentos metálicos ou perolizados etc) formam os vernizes à base de água.
Diferentemente dos vernizes à base de óleo os vernizes à base de água são líquidos e não podem ser aplicados pelo sistema de entintagem.
Seu uso é preferível em equipamentos que apresentam aplicação inline com sistema doctor blade e cilindro anilox ou sistema de dois rolos, podendo também ser aplicado por meio do sistema de molha da impressora offset.
Aplicação de verniz a base de água.
Fonte: CAPARROZ, 2012
Para a impressão de áreas localizadas é necessário a utilização de blanquetas com recortes ou fôrmas de fotopolímero, o que pode encarecer um pouco o processo.
Quando se utiliza blanqueta como fôrma deve-se cortar o calço um pouco menos que o formato do suporte que será impresso, isso para evitar que o verniz suje o contrapressão e que esse verniz se espalhe pela máquina.
Após a impressão do verniz base água é necessário que a folha impressa passe por sistema de secagem infra-vermelho (I.R - infra-red) em combinação com jatos de ar quente e ar ambiente, para que a água evapore ficando apenas os componentes sólidos sobre a superfície da folha. (secagem por absorção e evaporação). Também é necessário sistema de exaustão para renovação do ar saturado na câmara de secagem.
Secadores finais para verniz a base de água.
Fonte: CAPARROZ, 2012
Os vernizes a base de água mais utilizados são:
mate: efeito mate / fosco no impresso;
brilho: aumentar o brilho do impresso;
alto brilho: maior efeito de brilho do que o verniz brilho;
primer: proporcionar a impressão de verniz UV em linha com utilização de tinta convencional (imprime as cores, depois o primer e na sequência o UV);
blister: é utilizado em embalagens que receberão acoplamento de bolhas plásticas constituídas de PVC ou PET, como por exemplo embalagem de lâminas de barbear, funciona como um adesivo que ao ser aquecido amolece e ao esfriar solidifica;
metálico: confere efeitos metálicos ao impresso (ouro, prata etc);
perolizado: conferir efeitos perolizados;
vernizes de segurança ou para aplicações especiais: pHcrômicos, termocrômicos, fotocrômicos, hidrocrômicos, microencapsulados etc.
Principais vantagem do verniz à base de água:
custo relativamente baixo;
aplicação relativamente simples;
não amarela com o tempo;
boa resistência à abrasão;
boa flexibilidade para acabamento com dobras;
baixo odor residual;
baixo impacto ambiental (não utiliza solventes derivados do petróleo).
Principais desvantagens:
maior consumo de energia para sua aplicação e secagem;
utilização de blanqueta recortada ou fotopolímero para aplicação com reservas, o que gera maior custo;
não indicado para suportes absorventes.
3.3. Verniz UV (ultravioleta)
Os vernizes UV são compostos por resinas sintéticas (monômeros e oligômeros) com fotoiniciadores, que após o processo de aplicação e Cura possibilitam valores de brilho superior aos dos vernizes a base de água ou a base de óleo, pois no impresso permanece praticamente 100% de verniz.
Esses vernizes começaram a ser utilizados na década de 80 e possuem uma série de vantagens como o endurecimento completo após passagem por sistema de cura UV (lâmpadas que emitem radiações UV).
Os vernizes UV mais comuns são os de alto brilho, mas também podem ser encontrados para efeitos mate / fosco ou ainda metálicos.
Impressoras mais modernas utilizam torres específicas para aplicação de verniz, nesses casos o verniz costuma ser líquido (baixa viscosidade), similar à um verniz a base de água. Porém também existem vernizes UV com altas viscosidades, similares às tintas de impressão, que podem ser utilizados no sistema de entintagem da impressora.
Para a impressão de verniz UV sobre tintas UV não ocorre problema, pois a tinta já estará endurecida (curada) quando o verniz for aplicado, porém a impressão de verniz UV sobre tinta convencional não pode ser realizada se a tinta ainda estiver úmida, nesses casos ou espera-se a tinta secar para uma posterior impressão offline do verniz UV ou imprime-se com tinta convencional e aplica-se um verniz primer para posterior impressão do verniz UV (inline ou offline).
A
plicação de primer e UV em linha com tinta convencional.Fonte: CAPARROZ, 2012.
Quando bem aplicados, os vernizes UV praticamente eliminam problemas como decalque ou blocagem, pois diferentemente dos vernizes a base de óleo (onde a secagem é por absorção e oxidopolimerização) e dos vernizes a base de água (onde a secagem é por evaporação) as tintas ou vernizes UV sofrem um processo de secagem chamado de Cura.
Deve-se controlar adequadamente a potência das lâmpadas conforme cada tipo de suporte, tinta ou verniz aplicado, evitando-se com isso problemas de desperdício de energia e deformação do material, principalmente quando for plástico (quando potência em excesso), ou polimerização incompleta não permitindo a cura completa (quando potência em falta).
Quando se utiliza vernizes ou tintas UV deve-se verificar a compatibilidade da borracha dos rolos e blanquetas utilizados, normalmente são utilizadas composições de borrachas específicas (EPDM) para resistir aos componentes dessas tintas, vernizes e produtos de limpeza UV.
Salienta-se que materiais plásticos, no geral, devem receber tratamento corona a fim de aumentar sua tensão superficial ou, caso contrário a tinta e o verniz podem se desprender com facilidade (problema de ancoragem).
É comum a aplicação de vernizes UV ou a base de água por meio de sistema doctor blade, juntamente com o uso de fôrmas poliméricas ou blanquetas recortadas para delimitar a área de aplicação (verniz com reserva).
Aplicação de verniz com reserva.
Fonte: CAPARROZ, 2012.
Para a impressão de verniz ou tinta UV deve-se observar cuidadosamente os equipamentos de proteção individual (EPI's) necessários, pois esses produtos costumam ser agressivos e causar irrritações.
Outro ponto importante é a utilização de sistemas de cura (lâmpadas UV) enclausuradas, para que durante o trabalho os operadores não sejam expostos a radiação.
E assim como os vernizes a base de água, os vernizes ou tintas UV necessitam de sistemas de exaustão, pois durante a cura é gerado ozônio que pode prejudicar o trabalho dos operadores.